Blog da Liz de Sá Cavalcante

O que sou?

O nada são pensamentos sem morte na absolvição da vida. O que sou, se não sou uma lembrança tua? O que faço para lembrar de mim em você? O nada é a inexistência do ser, em um repouso de alma, em sonos de alma, sem dormir na alma. A morte é a certeza de que há um depois de mim, onde sou eu sem ser, sem medo do que eu possa sentir. Sentir é o partir da alma sem a lembrança de partir. O que sou é apenas o depois de mim, num aparato de mundos e almas. Um silêncio de alma entre o mundo e eu, a perceber a dor da inexistência da vida, na existência de morte. Existindo ou não existindo, não há realidade no amor. A falta de existir e de não existir torna o amor real, na falta do depois de mim. Lembrar é deixar de amar? O que fica em ti é a falta de mim, não a falta de nós. Esmoreço por não morrer. Não sei se amor é um castigo. No ser da alma, há amor no meu corpo, no ser de mim, apenas desilusão. A ausência compartilha vidas, um dia, terá meu corpo como sua alma.