Vou deixar a alma fazer de mim o que quiser, mas ela não me levou, levou minha vida, o mais triste, é que nada tenho a dizer para minha vida. Falo sonhos em mim. Esquecer é o tempo que ainda tenho para viver minhas faltas de mim são eternas lembranças. Sempre nada falta a falta. Partir sem lembranças é amor. Nada fica bem sem faltas. O sol no mundo, luz na terra, para a escuridão do céu não desaparecer, como um instante que não foi perdido, foi encontrado por Deus: o instante da minha morte: céu de todos os céus, em paredes de tristeza, que torna o ruim algo bom: é como se o tempo não tivesse passado, e eu não tivesse morrido, estivesse apenas a viver o amor. Não presencio meu amor, mas ele me faz morrer e viver todos os dias, que parecem não ter fim. Este instante em que morri, compensou o que não vivi até que a alma se fez só eu me fiz eu, na morte de sempre, onde o céu se fez água, afundou em sua eternidade. Mesmo morto, resplandece, o céu também é o fim, no meu fim feito de céu. Sou testemunha do céu, é a única certeza que preciso ter.