Blog da Liz de Sá Cavalcante

Não é natural o fim

A alma arruma o fim para ter espaço pra viver. A vida colide com a alma. Por isso, entrego meu corpo à vida. Para haver canções perdidas de amor. O ódio de ver cessa em ver, meus olhos de palavras. As palavras me ensinam ter um corpo. Andei sem o corpo. Mas não existi sem o corpo. Sem o corpo, a alma não é livre. Estou a fingir ser eu. Não sei quem sou quando sou eu. O nada me tirar a alma. Sonhar o único momento em que não estou só. Estou só em mim, não na vida. Da última vez que vi meu corpo, não era mais meu corpo, e sim uma miragem desconecto da vida. Sinto tanto essa falta de mim, sem sentir falta do meu corpo, se movendo na inexistência infinita. Natural no fim é o amor pelo fim, onde suspirar não é ser.