Na falta de mim, meu ficar é a realidade. Como viver a existência? Pelo significar das palavras, que unem a vida à inexistência na existência de Deus, torna-me a vida de Deus. Ver é a lembrança de não existir. O céu, sem o infinito, é o eterno sem amor. O que foi esquecido na vida é lembrado em mim. Me deterioro na alma. O extremo da morte é uma poesia. Falar pouco por uma poesia é não a ter compreendido. A poesia sou eu a dançar com a minha alma. Tudo existe para a alma. Mesmo sem existir. O nada é o melhor da vida. Sinto a poesia no nada da poesia. A poesia são os movimentos do meu corpo. O ressecar da memória é o mar da alma. Ver destrói lembranças. Sou apenas lembranças do nada que não pude ser. Ser é a inconsciência a me tornar humana. Rasgo a inconsciência na inconsciência sem me rasgar por dentro.