Os instantes morrem sem a minha ausência, sem a vida. Esfarela alma numa existência sem fim. A vida não tem a existência da alma: entre as duas não há distância. O vínculo das duas é a morte. A simbiose do outro em mim são fragmentos. A simbiose apenas em mim é total, é solidão. A alma não chega até o ventre do coração humano. A consciência do amor não cessa com a morte. A consciência de morrer não é consciência. Me sinto viva na morte, onde nasce outra pele, onde respiro o suficiente para ser feliz. A tristeza se evapora no meu respirar, meu coração começa a me fazer viver, ver como é bom estar viva, falar de um sofrimento de morte, cravado no corpo, sem nenhuma dor, apenas com muita vida.