Blog da Liz de Sá Cavalcante

Mesmidade (a mesma coisa) (falta de mudar)

Ressecar a alma com o mar a entrar em mim. O que machuca a alma são meus sonhos. Do eterno até o meu ser. Isso é que é poesia, eternidade. Esquecer é alma. Expandir-me é o retraimento do universo. Meu pensar nasce de um amor ausente: o meu por mim. Mesmo assim, meu ser não é ausente. Ele é ausente apenas de mim. A saudade é um mar, enche-me de alma. Há almas, mas são solitárias na vida. Quem de mim é o sofrer esperado e ansioso por mim? A limitação do ser é o amor, e a do amor é o ser. Meu corpo morre, não meu olhar: ele é a existência do meu corpo. É a mesma mesmidade ao morrer. A alma é tão pequena pra vida, abrange o universo. Sonho vendo como se meu olhar fosse meu. Ver o horizonte é não ter medo do nada. É estar entre a vida e a morte, entre o céu e o mundo, entre mim e eu. Tenho saudade do que não vou viver, como se eu segurasse o mundo com minhas mãos de alma. Se o mundo fossem minhas mãos, seria um mundo melhor. A presença do passado é ver sem o passado.