A fala quer me silenciar, prolongar o nada, pois é cômodo para eu morrer. Morrer é poder falar o que há dentro da alma, sendo alegria ou tristeza. Falar só, para não dizer adeus a mim é lutar com a morte na morte. Morrer é ser para o outro. O mundo é o destino da morte, é a palidez dos instantes sem o ser. Nada se opõe entre um instante e outro: isso é morrer. Morrer é o sempre que tem fim. Fim que cessa a saudade, cessa o nada e o ser dentro dele. Vê é o interior da morte na ilusão de ser. Se a ilusão do nada é o ser, não há morte nem o suspirar eterno. Eu parti ao suspirar distante do meu suspirar. Nada suspira em voz alta. O céu é o meu suspirar por mim.