A morte, presença de vida, no nada do meu olhar. A morte é a única maneira de ser nesse nada ser. O tempo é o abraço de Deus. Sinto a alma na vida de um adeus. O eterno sonha sem morte. Matar Deus é o sonho do eterno, por isso, não sonho. Sentir-me como um sonho afasta Deus de Deus. Deus é um sonho impossível. O nada me torna impossível para mim. Me reduziram a vida: tão distante do céu do meu amor. Olhos nos olhos para expulsar nossas almas, de suas mortes. Não dá para tirar a alma da morte. Eu vivo em ti, poesia. O sonho não sabe o quanto sonhei com ele. Mas sonhei mais que tudo nessa vida. O amor é um redemoinho. O céu há de ter vida. Há onde não há haver. Somente existe tristeza. O que falta no sonho, o nada tem de sobra. O silêncio da alma sorri. Separaram minha alma de mim, sem crueldade, mas com solidão. A mesma solidão que sonhei amar, não foi possível: morri antes.