Blog da Liz de Sá Cavalcante

A cor do nada

O ver do nada sou eu. O equilíbrio entre o ser e o nada é o amor da morte, a colorir a cor do nada. A alma estagna no olhar. A sombra do olhar é o agir da alma. A cor do nada suspende a escuridão na minha dor. Sofrer com a cor do nada é a imensidão. O infinito busca a cor do nada, como quem busca a vida. O céu na cor do nada é a alma. Se a alma é apenas um instante, para que a vida? O céu é o fim da alma. A alma não pode me fazer morrer. O olhar é o fim do amor? O olhar é ausência de tudo, no fim do nada, onde começa o sofrer. O nada falta do desespero da vida. O silêncio é desespero eterno. Ver é ausência nesse eterno ver. O ver é a superfície do fim. Esse respirar é o meu fim. A morte é o ser no mundo. Não entro dentro da poesia, nem ela dentro de mim. Somos dois sois sem mundo, sem palavras, sem vida.