Blog da Liz de Sá Cavalcante

Imperceptível sofrer

O medo bateu na porta, abri arrastando alma, petrificada com o medo. A luz da minha consciência não se apaga. O céu se divide, entre a minha consciência e o medo. Não aceito a alma como algo temporário, descartável. A alma é o sempre em mim, onde não preciso de nada, nem mesmo de identidade. Sofro esqueço de mim, como quem esquece a alma. O meu esquecer de mim, é a falta de lacunas na alma: faz a alma ser dona de si, na falta de si mesma. A alma de todos unidos é o fim da alma, reconciliação com o meu ser no que ainda amo. Não enfrento o nada do meu olhar: é mais fácil enfrentar a realidade. A realidade me torna menos eu. A morte é o fim de ser só. Nada substitui o haver sido nem mesmo a vida. Ter sido aumenta o medo da vida. O amor, sem o ser, é eterno.