Distante é o viver sem o vazio na morte. O universo é uma morte compartilhada e feliz. A alma sarou com o nada, no nada de si mesma. Céu é o nada multiplicado. A lembrança é sem o nada do ser. Enlouquecer é sofrer sem lágrimas, é manter o visível no amor. É sorrir para o nada, é despertar com o vento. Se o vento fosse o infinito, o infinito seria eterno. A eternidade do vento é de pele. Com o contato da minha pele, o vento se rasga, se torna a única existência: uma existência de vento. Não há como saber o que é próximo e distante: é o mesmo infinito, o mesmo ser em mim. O nada da consciência sabe mais do que a consciência. Lembrar do esquecer é dar voz à alma. Se lembrar e esquecer se misturarem, é porque morri. Morri da forma que eu deveria viver. O nada se encanta de alma. A vida do partir é o meu amor. Palavra por palavra me perdi por lembrar de mim. Ser ou não ser é o mesmo nada, carnal em mim. Sou carnal no nada de haver. O adeus é o pensamento, onde a despedida sou eu, em mim!