Nada em mim fica, nem na morte. Ficar é não aprofundar no vazio de mim, ficar apertando a alma, em busca de um vazio, profundo demais para sentir e morrer por ele. Queria ser humana como a vida, apesar de suas mortes. A vida se encontra vazia para salvar minha alma. Meu olhar condena minha alma, suspirando por ela. É constante não nascer, não ser. Assim, a alma ganha vida. Sem alma, respiro melhor. Não me sinto segura em respirar, é muita intimidade. Apertando a alma, pareço feliz, viva. É impressão, uma sensação apenas. Escorrego na morte. Preciso curtir a alma nessa carência de alma, onde nasce o nada. Aonde vou sem o nada? Não preciso de alma para amar. A ignorância da alma é céu.