Blog da Liz de Sá Cavalcante

Sofrer de corpo e alma

O ser cessa a alma lhe dando vida. Não penetrar em mim não quer dizer insensibilidade. Penetrar é insensibilidade, não sai pelos poros da pele. Sonhar é me rasgar de alma. Aprendi a ousar, ter alma. Alma é insegurança. Nada se refaz no tempo, se refaz na alma. A ternura da alma é amor. Tenho a oferecer apenas a minha morte sem céu. O tempo cessa sem a vida. O tempo cessa de vida. O ressecar do sol é a lua. Sofro de corpo e alma, sou uma mistura do sol com a lua, de mundo e céu, de vida e morte. A vida se encontra na morte, no céu, nas estrelas. Então por que ainda desejo o mundo sem necessitar dele? De corpo e alma, vou viver. Viver é uma vida com paredes. Ler lendo a vida derruba as paredes da vida. Não escolhi viver, escolhi ser eu para lembrar de ti. É mais do que vida, do que morte, é um adeus. Adeus em lembrar, em pensar em ti.