Blog da Liz de Sá Cavalcante

A poesia nasce da poesia

A poesia renasce pura, é um sonho. A poesia me enfeitiçou. Uma vida de amor não cessa a tristeza em mim. Nada é triste se eu sorrir de amor. Às vezes me falta forças para sorrir. Minha tristeza é tão rara, linda, quanto minha alegria. Nascer é um único dia, e toda a minha vida vem dele: simples como o amor. O que é essencial à alma, me traz paz: uma paz que a alma não tem. O meu ser não precisa do tempo, da vida, para sofrer. Sofro de mim mesma. Sentir e não sentir é a mesma vida, nada muda. O que posso fazer com a alma em mim? Nada. O sonho não diminui a vida: essa é a generosidade do sonho. Incorporar o nada em mim é ter a paz divina, numa morte divina, num céu, fragilidade de tantas almas. As almas são tristes no céu. Sentem falta do mundo. Não conseguem sonhar, nem mesmo se estivessem no mundo. A minha alma quer ser eu. Por isso, não posso amar a minha alma. A poesia nasce da poesia: sem mim. Em mim.