Sem amor, o amor é como descobrir o mundo em um amor invisível. Descobrir o mundo sem o mundo é criar o mundo no sonho. Há mundos sem sonhos. Sonhar é um ser. Tocar o sonho é ter alma para morrer no sonho. Sonhos destroem o nada no que já foi destruído, como uma porta aberta. A porta aberta impede a realidade de entrar. Eu julgo a realidade pelo sonho. A realidade não sonha. Escapar do sonho não me torna real. Mas a falta de sonhos é real. Não há céu no céu, nem no mundo. Céu é ausência sem morte. Descobri o mundo no meu corpo. Não sou triste na falta de mim, se a falta for solidão e estiver só como eu. Uniremos nossas almas até morrer, na fala do sol: seu brilho, sua luz. E meu silêncio, essência do sol, até amanhecer. No silêncio, o mundo se descobriu por eu não o descobrir. Sem o silêncio, sem a minha voz, sem palavras: isso é vida, é viver.