O corpo é o fim da morte, e o começo da vida. O último respirar é o primeiro respirar, pôr a vida ser presença no meu respirar. Respirar me faz ter um rosto, uma alma. Apenas o respirar preenche meus dias, ele me dá algo que nunca ninguém me deu: autenticidade. Ninguém respira como eu: cessando de ser. Ficando apenas o respirar no vazio de uma canção. Não me arrependo do que perdi, me arrependo de viver, embora a minha vida seja a vida que sonho para mim. Quero novas vidas, novos sonhos, um novo eu, que ama a vida até no seu fim. Que fim me torna infinita? O fim dos meus sonhos! O nada deve a ausência, o fim de sua vida. Entrego minha ausência ao desaparecer de mim. Assim, a ausência aparece na minha percepção, a ausência desaparece, não me sinto desaparecer, me sinto eu: se isso for desaparecer, quero sumir sem o desaparecer, ou no desaparecer para sempre.