A vida é um tempo que não existe, para o coração não sangrar. Se meu coração sangrasse, eu seria imortal. Imortal numa vida mortal. Realizo a sombra da ausência. A vida existe apenas dentro de mim, para o pensar dormir sem ausências. A alma conhece pouco da vida, do céu, do ser, conhece apenas a si mesma. Nada fica no céu. A realidade vive da minha morte. A ilusão é firme, não desaba na realidade. A ilusão é como o sol: permanência eterna de depois. É agora, é nunca mais, fica a permanecer, sem existir. Por isso, apenas a permanência existe sem existir nenhum ser, duram na ausência. Ausência é ter um corpo, uma alma, e não conseguir morrer. Me apropriei do meu corpo, como sendo tudo que tenho na vida ou na morte, a alma quis que eu tenha um corpo para sentir a alma. A alegria da alma não sou eu, é o meu corpo, onde me separo de mim, para que a existência seja apenas corpo e alma nunca o ser.