Por não captar o exterior, não tenho a sensação de morrer. O amor é a linguagem da vida. O ser é a linguagem da morte. O tempo é o silêncio do meu ser. O silêncio é dono do mundo, mas é humilde. O mundo se vê apenas com a vida. A vida não reconhece o olhar do mundo. O nada não está no meu nada. O profundo atrai a morte. A morte é o respirar da inessência. O corpo é a morte que não se sente. Sinto a morte na alma. Não sinto a morte, é como se ela fosse o mundo, e é. Nada se divide entre antes e depois da morte. Tudo é uma coisa só. Dentro e fora da morte há um ser morto. A ilusão não cessa ao morrer. O corpo da ilusão é a esperança, a fé é o fim do corpo da ilusão. A sensação é a essência do corpo. A essência é sem sensações. A essência é o nada no ser dentro do ser, é apenas escuridão. Só sem a solidão a alma me incorpora, eu sendo o seu sol. É como ter esperança, mesmo com ela morta. A vida é a única esperança que necessito, é a única que não possuo. Sem a solidão, não há esperança.