O vazio do meu corpo é a alma. Há tanto para não viver, por isso, não me sinto só. Sou o que falta em mim, é tanta completude, que é melhor morrer nessa alegria de amor. Para saber amar a alma, não preciso ter alma. O ventre estoura na minha alma, é o fim da poesia. E é o começo de mim. O fim são todas as presenças unidas, como se a vida não se dividisse em ficar. Eu fico sem nada ser. Nada resta do esquecer, por isso, tudo é vazio. Esqueço a alma inexistente por uma ilusão. A alma são tantas existências: mas não me sinto existir sendo eu. Meu ser extinto de mim, me faz viver na sua alma. Quando tudo era alma, tudo era parado, nostálgico, maravilhoso, como se eu pudesse dizer eu para a minha dor. Não há obstáculo em sofrer. Se a sinceridade é nada, melhor morrer na alienação da sinceridade tem pena da minha verdade, pois ela ama. O vazio é sem verdade, sem nada, perde tudo, menos a mim. Em mim não há o que perder, até minha verdade não me quer, ou ela me ama tanto que me faz sofrer em mim.