Blog da Liz de Sá Cavalcante

A solicitude da morte

A morte não tem futuro, por ser morte. Fico devendo em mortes. E assim sobrevivo como um depois isolado do mundo. O mundo se isola sem o depois. O nada é o depois do depois. O mundo do amor sem o mundo é a poesia que falta na minha vida. O céu é a referência do nada. Nada se faz sem o nada, que não sabe como vive. A incerteza da solidão, é a solidão. Ferir-me é dar asas a solidão. O passado não tem solidão, é a idealização de um sonho. Esse sonho jamais será eu. Eu por um sonho é o ver da morte. Viver sem imperfeição é rachar o sol da consciência num vazio infinito. O nada infinito é uma maneira de mostrar a realidade, que ela não é a única realidade. Realidade é me ver como não sou. O isolamento da identidade é o amor que sinto, que não é o amor sentido, é o amor amado a priori. O passado é a não descoberta do amor, sendo esse agora. O amor é a impossibilidade de ser.