Blog da Liz de Sá Cavalcante

Preciso de mim para ser feliz

Não sinto a consciência, ela age na inconsciência de amar, se faz forte, não se faz amor. Sua força vem de não amar como eu amo. Me sinto eu, saindo de mim, pois minha consciência não é o meu mundo. Eu sou meu mundo. Me reescrevo sendo eu ainda. O ar não me traz à vida. O ar é me conduzir no que respiro, pensar no que me faz respirar. Ar é o que sinto no respirar. Não é o próprio respirar. O sonho desvenda meu ser sem morte, sem vida, esta é a facilidade de sonhar. Sonho para me alcançar ao menos em sonho. As minhas mãos vazias sonham costurando-se em vidas diferentes do ser. Concebi a vida de dor. A vida nasce de mim, num céu de espelhos, é apenas uma imagem o céu, que me devolve a alma com estrelas. Me vejo no céu viva de céu. Me dou às estrelas. O amor de uma estrela é o céu. Largo o céu, sem sofrer. Não sou uma inspiração: sou seu vazio. Ser o vazio de uma inspiração, como uma nuvem de sol. O vazio me comove, me deixa lúcida, quieta como se fosse morrer.