Blog da Liz de Sá Cavalcante

O nada do nada

Sou a solidão da solidão, no nada do nada. Perdi-me no nada dos teus olhos, como lembrança de mim. Tenho alma de lembranças isentas de mim. E, por isso, ainda são minhas. A solidão é como não necessitar olhar para o céu. Mas ter o céu dentro de mim, por isso, sofro. O nada tem o tempo para si, até ser o tempo de si mesmo, se tornar minha voz. O único lugar que existe é o nada. O nada sempre quer mais nada. O nada é vida. O nada é o olhar que me consola da solidão, a solidão é a minha pele. Quero ficar só, na minha pele. Quero sorrir com minha pele. A pele é o nada do nada. O nada dos teus olhos, me faz ver. O nada dos teus olhos me faz viver.