A morte é o ser que não possuo. Possuo a morte sem mim. Os momentos se dispersam da vida, até morrer. Não sei se a relação é nula ou é uma identidade. Dessa dúvida nasce o amor. A voz do diálogo não escuto, escuto a voz da solidão. A solidão de respirar é me escutar pelo sol, pelas estrelas, pelo vazio, pelo universo. O universo maior são as minhas lágrimas. Nem tudo é apenas saudade de amor. A vida brilha mais do que o sol. O ser é irrealizável como o respirar no infinito, como o infinito no infinito. O indizível se diz em sonhos. O espírito do não nascido está na vida, na morte que traz o não nascido. A poesia nasceu morta, sem o não nascido. Mesmo morta, sinto a existência da poesia no não nascido de mim. O que poderia existir por nascer? O que significa nascer? Que é possível a essência ser tão livre como o nascer? Como é possível separar o divino do humano? O que falta nascer é infinito? O meu ser reage ao nada com amor. O amor é suficiente para amar? O amor faz falta? O que desaparece vive em mim? Onde deixei de ser para viver? Existe amor sem faltas? Como saber se amo a vida? Será a vida a falta? Por que a falta nunca cessa? Ela é uma identidade que é verdadeira, por isso, é uma relação nula, de amor?