O perfume da vida é o anoitecer dos sonhos. Sonhos são e não são eu ao mesmo tempo. A ilusão é o temor da alma. A distância é o nada que me atravessa a alma, confundo com o vazio que não estremece, é o vazio, a firmeza do tempo. A firmeza do tempo é o silêncio da vida, que se rompe sem nenhum tempo, sem referência de vida: apenas o silêncio na busca do vazio. O silêncio é o vazio na imensidão do meu ser. Tudo tenho sem dividir o infinito com o meu amor. A espera é expectativa, é vida. A espera é uma poesia. Quem dera a vida fosse apenas essa espera concreta, sonhada, seria a realização de um sonho. Vi no silêncio o que espera de mim: o fim. Fim do nada dizer, para um pouco, desisto: nunca se diz o que sente. Não há oportunidade. Há apenas silêncio: lago mais infinito do que o mar, do que a minha ambição por viver. Apenas a perda e o fim do silêncio, e o começo de morrer. Na frente de mim, a falta do fim e a eternidade abandonada por ser amada. Nada é destrutível: é conservado pelo fim. O fim é retomar a essência como ela é: apenas eu na falta de ter sido. Agora sou eu entre o ser, o nada, a vida e a essência. Somente não posso morrer, se nunca vivi.