Superar-me não é viver. A distância supera a alma. A alma, para não ficar triste, morre. A tristeza é um olhar, atento à vida, como se algo pudesse se aproximar da realidade inacessível, vai ser como um sonho. O sonho não é infantil, ele amadurece a vida. Nada em mim me supera: minha existência é o meu amor por mim: é vazio, é essencial para me manter viva como o nada. Nada é por eu me amar. Se eu não me amasse, seria o fim desse nada. Se o nada morrer, morro também, nas palavras do nada, me emocionam, como a vida não me emociona. Não adianta escrever palavras sem serem o nada. É fácil ficar sem alma, difícil é tê-la. Nada é alma. Meu ser nunca será o amor que sente: está cravado de amor.