O pouco de paz que tenho é morrer. Não dá para separar a paz de morrer, de mim. O morrer em mim, não sou eu. Seja onde eu estiver, seja como eu me sentir, a morte está em mim, como o amor do nada. Como a paz isenta de paz. Não há falta na morte. A morte é um sorrir eterno, sem eternidade. Sorrir é o meu fim, fim da minha morte. A paz não é uma verdade, é mais essencial do que a verdade. A paz é ausência de tudo: não é ausência da ausência. A ausência é deixar de ser, para ser apenas paz sem ausência, no nada de mim. Superar a morte, sem morrer, com ausências.