Ouvir o amanhecer é uma pergunta para a alma. A alma responde com o silêncio, com a vida. Amanhecer é vida, não se vê. A última visão anoitece em mim, na sombra do nada. O tempo perdido no nada é o amor pela vida: é o otimismo de viver. O céu vazio pelo ser ainda é céu. O fim não tem o silêncio de Deus, a presença de Deus é vida. Mãos sufocam o corpo sem o tocar e depois sufocam, como areia perdida no mar. Mãos são a suavidade de Deus. Minhas mãos recolhem o nada do nada, para não recolher o corpo do seu afastamento. Quem não suporta a dor, é apenas uma mentira. Há lagos de alma a penetrar no sol de mar.