O céu não é distante, me distanciei do céu com meu amor pela vida. Transcender a morte, na vida. Me alimento de alma. O nada é o aparecer na ausência de Deus. A realidade não vence o nada. A realidade desliza como alma. Desapegar da alma numa vida de alma é exclusão do mundo. Cesso meu ser, para não perder o nada de mim, referência de vida. O nada me mantém. Olhos navegam no nada de querer o que vê. A leitura facial da morte é minha alma, numa morte alheia a mim. Na morte tem mais de mim para mim. O mar encosta no sol e a alma derrete sem saber. Tudo no ver é sem a imagem do pensamento. O pensamento vai além do ver, é o nada, é o sol incandescente da alma, que apaga o amor. O amor é a ausência na saudade inexistente: presença do nada. Ver na morte o nada é não ver a morte.