A ausência me faz morrer para me redimir do nada. Flores são espinhos na alma. A realidade murcha. Absorvo-me falando de amor, sem ser triste. Absorvendo-me, morri. Nada é triste em me absorvendo. Morri, não tem impacto, é queda no abismo de mim, até cair em mim morta. Morrer é uma contradição, com o que vivo. Nada perdi no ar que respiro, por isso, deixo de respirar, viver, para amar. Brinco com o fim, como se ele pudesse ser uma poesia. Morri no essencial, esse é meu maior sofrimento. O essencial também é mágoa, dor: tudo escapa entre meus dedos e a alma. Foi assim que sorri pela primeira vez. Minha morte é essencial para a vida. A vida é o amor impossível, é destruição, a morte constrói, é o fim.