Blog da Liz de Sá Cavalcante

Quero teu corpo na minha alma, no amor de ser

Morri sem a escuridão a iluminar, me chame escuridão, quando não conseguir me chamar. Estarei dentro de ti: essa é minha morte. Se estivesse dentro da minha morte, seríamos inseparáveis por morrer. Morrer é essa distância que dura, me separa, unindo-se a mim. Quero teu corpo na minha alma, como a sombra da minha ausência, como resíduos de mim a existir por ti. O inteiro são pedaços alheios, isentos de mim. Os meus pedaços modificam a vida em amor. Amor não tem o cheiro da minha pele. A morte é o cheiro da minha pele. A alma da pele são suas entranhas. Conviver com os mortos me torna um ser em mim. Deixo meu ser sem conviver com os mortos. Quero teu corpo como minha morte. O sonho de morrer é vida eterna no mundo, no ser. Não acredito em ser. Tudo me invade. Ser só é minha certeza. Não sei onde estou em mim. Mas estou em mim. Que a falta de amor me salve de mim. O concretizado é infinito, mesmo sem o corpo encontrar sua morte.