Blog da Liz de Sá Cavalcante

Entendimento morto

O entendimento morto pode ser a vida que sonhei. Nenhum entendimento é vivo: não posso sonhar com a vida. A solidão pode ser o tempo que eu quiser, pode ser sem o tempo ou pode ser a vida de um entendimento morto. A morte não nasceu morta. O meu eu morto é o meu eu vivo. Nada é realidade, nem a vida, nem a morte. Tudo é a escuridão do nada: por isso, não tenho medo do pavor da luz. Sem a luz, sem escuridão. O silêncio é a luz e a escuridão que necessito. Viver não admite silêncio. Até os sons se comunicam com a alma, como se fosse a despedida da voz do adeus. O adeus não é o ficar eterno. Sonhar com o nada é minha autonomia. O nada é o fim e o começo de tudo. Explico minha morte com meu amor.