Procuro a alma no que foi esquecido por mim, para me adivinhar, para ser eu entre tantos que não se sentem só como eu. Só é ficar junto. Morrer é segurar a pedra da minha dor, sem jogá-la em meu corpo. A dor é um corpo com alma. O corpo não foi feito para ter alma. Assim, brinco de ser feliz, como uma onda a secar o mar. A dor não vê o mundo, a vida, a dor vê o futuro, não é mais vida. Não posso passar a vida inteira na alma, tenho que pensar em mim. Em mim, pensar é imaginação da alma. Eu sou a moldura do imaginar. A dor não me deixar esquecer a fome da alma: o vazio da alma. O sonho é como fumaça em meus pulmões. As escadas do céu são o meu corpo. O imaginar não escuta o céu na minha alma. Escutar o céu é como tocá-lo. O céu não é disponível, é amor. O amor do céu, o ser não possui, por isso, existe o sonho. Estou cantando sonhos em vez de canções. A canção desperta o sofrer.