O ser do nada é o meu ser sem desaparecer, desaparece o ser do ser. A alma desse ser do nada é uma vertigem: eu! Me encanto com o nada de mim mesma. O nada não sofre, sonha. Sonhar não significa que o nada exista por um sonho. Alma de sonho, vida que transcende. Deixe-me sem ar, sem consciência: reinvente-me, vida. Palavras são o ser que nunca serei. O pouco do nada que eu quis não é o meu ser do nada. O nada é arte. O ser não volta a si próprio. O ser se define sem o ser. Resistir sem mim é ser eu distante do mundo. O ser sem o ser é o fim da vida, o fim do nada. Mas meu ser é sempre o ser do nada. O nada do fim é a falta de ser, a poesia não criada. Me preocupo com o nada, ele não vive sem mim. O fim do fim é alma. A percepção do nada é a vida sem percepção do nada, é a vida sem percepção. O ninguém existe mais do que qualquer ser. Vivo sem a vida, não vivo sem o nada. Tudo possuo no nada. A consciência é o nada no ser, não é o nada da consciência. O nada da consciência é a alma.