Blog da Liz de Sá Cavalcante

O silêncio sem flores

Tudo em flores. As flores não impedem o silêncio sem flores. O sonho sonha só, como o sol a se pôr. Sonhos florescem mais do que flores. O sol das flores são mãos que me devolvem a vida sem me tocar. Tocar sem mãos é eternidade que dura. Sonhar me esvazia. O sonhar da vida é minha tristeza. A triste presença é o falar da alma. O ventre da alma é infértil. A consciência torna a morte superficial. O ser é a profundidade da morte. Sem morte não há vida. A morte em espírito faz renascer o corpo sem alma: o corpo eternizado. O tremor é ausência do corpo na alma. E, assim, nasce a voz ausente, como uma certeza sem amanhã.