A vida não tem uma vida de amor. O amor da vida, inexistente, me faz viver. Momentos de mim são o fim da vida: este é o começo do mundo. O fim cria a si mesmo. Não há nada entre mim e eu. O que tornou a alma alma foi a minha ausência. Existir é a falta do olhar. Nada tem fim na falta. A presença me entristece, como se minhas lágrimas fossem as minhas últimas lágrimas. E o céu era a luz da minha dor. Mas, quando a escuridão se foi, percebo a minha morte na luz do céu. O sonho na escuridão reflete o céu. A alma da morte é sem céu. Morrer na alma da morte é ter alma. Alcançar o céu não é extremidade: é o que tinha que ser.