Blog da Liz de Sá Cavalcante

Fome de alma

A alma me alimenta. Me pregaram na morte com pregos do amor, para me fazer sentir viva. Os pregos do meu corpo, se soltam na minha morte. Meu corpo não é minha morte: minha morte é o que sinto. A morte atrapalha o amor. Sem amor a morte é leve. O amor sempre será um corpo: essencialmente na minha morte. O pensamento nasce da ausência de ser para ser a ausência do meu corpo. O isso da alma é o nada. O olhar nasce do ventre da vida. O tempo é o vento da memória. Nada é o que passou, nem mesmo o tempo é o que passou. O agora é o ser que me modifica sem o futuro. A alma é o passado, enterrado como sendo eu. Não sou mais meu passado. O que tinha que ser vida não necessita mais ser vida. Apenas o espírito finito não cessa a alma. O espírito finito é o infinito do ser. Minha existência é o fim do infinito e o começo do amor. O eu em mim é saudade do nada, do eu sem mim, meu eu é o mesmo. O nada substitui meu amor. Saudade é não esquecer de mim. Saudade, me dê a mão para caminharmos no infinito, para dar luz à realidade.