Blog da Liz de Sá Cavalcante

A luz da transparência

É incrível nadar na luz da transparência me afogar e desafogar em verdades íntimas. Verdades jorram amor. O fim não fracassa, somente pode ser o fim. As palavras são tantas e a transparência tão inexpressivas que a palavra é mais que transparência: é amor, poesia, é a vida sonhada na vida existida. A escassez do tempo é a transcendência da transparência das palavras. A escassez dá vida às palavras, sem a transcendência, sem a escassez do tempo, é amor. A luz da transparência transcende em mim, com a verdade, intocada dos abraços. O sonhar verdade não é a verdade. A arte cessa com a morte. Eu não cesso com a morte. Mas a morte tem a minha poesia, minhas palavras, minha essência para ela. Não preciso me preocupar em ter essência: sou livre sem a morte! Para que ser livre? O que significa liberdade? Liberdade é ser só? Por detrás da liberdade, a vida me espera. O que é melhor: a vida ou ser livre? Não sei. Sei que nada é livre se é sentido por um ser. O ser é livre para não ser eu. A vida não é livre para não ser vida. Emprestei ao céu minhas certezas. O céu não precisa de certezas e sim de amor. O que poderia escrever sem o céu? Nada. Eu brinco de sede com a minha ansiedade, reinvento vidas, saudades perdidas. Mas não posso inventar a presença, se ela não existe na alma, não existe no amor. A luz da transparência é o não existir da presença: continua a partir eternamente em mim.