O ser sem amor é o nascer do nascer. O outro é sem palavras, no amor que necessito: ainda não é meu. Tudo é real nas palavras. O silêncio surdo de silêncio e resignação. A folha é o silêncio escrito. Dominado e amado. O nascer do nascer teve que existir, antes da existência. A vida sem silêncio não existiria. A linguagem da vida somos nós. A lembrança é a falta de linguagem é sair de mim para o mundo. O mundo fala só com seus medos. O desespero é a certeza da alma voltar para mim. Nascer é o negativo do ser. Sou um ser, mas nunca nasci. A incompreensão da realidade é a realidade. O tempo é a realidade, não a vida. A infertilidade da alma é a vida. Escutar o além da vida em mim, me faz viver: não me deixa morrer. A alma serve de vida para quem não tem vida. Vida, necessito de ti, mesmo com alma. O sol sente vida em mim, mas não sinto. Ser não invade a alma. O ser não busca a alma. O ser é alma de si mesmo. Faça-se luz sem entranhas. A ternura do nada faz minha alma amanhecer, não de alma, mas de sol.