Fixação na morte para lembrar de mim, nada mais há entre mim e o amanhecer, por isso lembro de mim. Conhecer o outro, que somos duas inessenciais, eu e o outro, poderíamos existir um para o outro, mesmo separados em nós mesmos. Imagino o outro em mim, me faz viver. O perseguir do pensamento ao ser é o não saber ser, nem na morte. A alegria morta é um fardo que carrego. Não quero deixar a alegria morrer completamente. Vê-la sofrer assim, nem parece ser a alegria que eu amo. Quase morri por ela. Agora eu estou fixa na morte para sobreviver. Para que sobreviver? Deus vem da minha alma, eu o amo. Minha vida está tonta em suas desinformações. A vida não é o que é: é muito mais do que é. O outro não pode ser meu olhar, é fuga de mim. A única lembrança é o olhar. Mãos não lembram o corpo, mãos nunca saem de si, são sempre mãos. As mãos são a leveza insustentável do ser. Minha alma flutua na terra como a vida que vai nascer. O corpo não é o amor que sinto. Não é o corpo que preciso, e sim da morte. A morte é meu corpo, minha alma, meu ser.