O nascer e o morrer da ausência são o mesmo ser em mim. Minha alma é minha alma, se a vida existir. Se a vida não existir, minha alma é de todos. Todos que vivem e os que não vivem mais são a minha alma. A vida não pode dar conta da existência. Deito na minha alma, durmo em pensamentos. Nada na alma é viver ou morrer: é regredir transcendendo. Alma, deixou-me vazia ao escutar a voz do abandono. Precisava escutar para existir. A alegria faz do abandono uma eternidade. O deslumbramento de nada ver é a alma. Torna tudo visível sem ver. Não me libertei do invisível. Quando é sincero, há existência no visível e no invisível. O nascer e o morrer da ausência são o meu olhar, sonham ausentes. Vou me resolver na ausência: é pior do que morrer. Assim, na morte não pensei na ausência. Sou sofrida de paz, de presença. Presença de tristeza: minha alma.