Blog da Liz de Sá Cavalcante

Céu despedaçado

A paz do nada é sem tempo, em um céu despedaçado de tristezas. O nada não é tristeza: é alegria. Mesmo assim, sofro pelo nada, sem o nada de mim. O sofrer da perda da ausência é sem céu: mesmo assim, realiza coisas boas: surgem no nada da consciência, como ondas do mar. O sonho é o vazio da consciência. A consciência para, sem o vazio, é o fim de nós juntas. O olhar me dá o que a alma não pode me dar. A pureza é o nada na indecisão do nada. O céu se desdobra em estrelas. O mundo se vê em estrelas. O mundo se perdeu do ser. O ser pode retornar ao nada. A ausência é a essência do ser. Tudo se vive sem essência. Viver na essência é um tiro no escuro. A possibilidade de luz é como riscar a vida com minha dor. Criar luz na luz é poesia.