Blog da Liz de Sá Cavalcante

Carência de aparência

Olho-me para a vida, para ter esperança. Sou tudo que vejo em mim. Ver vai além da aparência. Minha aparência se mistura com meus sonhos. A aparência é minha morte: o reconhecimento de que eu sou eu me faz morrer. Não há morte sem reconhecimento. Reconhecer-me no morrer é presença da alma na minha ausência. Ser só é falta de ausência. Ver fica atrás de mim, como uma sombra. Nada do ver sou eu. Não sou meu olhar. O ar do meu olhar é puro, é alma. Meu olhar navega em pensamentos impossíveis, eu vejo esses pensamentos como sombra do meu olhar. A aparência é o não ver na alma.