Pelo silêncio fica um silêncio, um vazio na ausência, parece a visão do amor. O silêncio é o pensamento em mim. O melhor da alma é deixar de tê-la numa perda profunda, que é todo o meu corpo. A profundidade é o corpo, a alma é o vazio. Ser na alma, não com a alma. Tudo há no deixar de ser. O abandono é a eternidade da alma. A vida encontrada não é a vida que existe: é sonho, devaneio. A existência não é a vida. A alma no exterior de mim sou eu por mim. Não posso querer a alma: o querer não existe: existe o abstrato numa alma indeterminada, que existe como a lua, depois do aparecer. Depois do aparecer, uma lágrima de sol, substituindo a realidade que não sente falta de existir, mas sente falta de sua alma, numa simbiose com a falta da minha alma. Alma é uma visão de amor, que todos deveriam ter, mas tem apenas esperança vazia.