Por ti, sem ausência. Chorar, ausência infinita, me faz sonhar, amar. A saudade do fim é o segredo da vida. O existir da vida é o fim da vida. O nada é um ver, além do que ver. Ver é morrer no que vejo. Nada se vê do ver, vejo de mim. A saudade do fim é a eternidade. A saudade é um amor ausente. A minha dor se perdeu na alma, encontrou a vida: não me quis nem no que escrevo. Respirar o nada, como um momento sagrado, onde o ar é amor. O ar da fala é a ausência. Não dá para separar a realidade da vida. O sonho de viver é a vida partir. O nada e a morte não podem se encontrar: senão o céu seria apenas dor na alma. Não dá para ignorar a dor. O amanhecer são poesias. Me encontrei nas minhas perdas. Não posso fazer de conta que nasci. O poético de nascer é a perda de nascer. Deixei de nascer para transcender escrevendo. Ficar em mim é não escrever. Mas escrever me faz me sentir eu, mesmo sem ser mais eu.