Blog da Liz de Sá Cavalcante

A simplicidade da vida

Morrer por morrer. O morrer da ausência é o absoluto. O corpo é relativo à fala. Nada na fala substitui o ser. O insubstituível é a ausência do ser, que me faz refletir se eu sou mesmo eu. A morte vai me fazer aceitar o tempo. Sonhos são o tempo real. Nada se vive no tempo concreto. A consciência do corpo é a alma, de onde posso voltar a mim. Voltando a mim, percebo a escolha de partir. Partir comigo dentro de mim. A consciência é uma sensação vazia, entorpece a alma. Não há alma na sensação. Há almas que se ferem sozinhas. A beleza da solidão é insuperável. Minha alma é o nascer eterno. Nascer não precisa de mim. O nascer como o sol, a expandir a realidade. Sou mais real do que a realidade. Sou mais real do que a realidade. Sou real até em poesias. Eu acredito que a realidade é amor. Os abraços da realidade são eternos: é como ver a vida no real. O sonho de não ver é real como a realidade sem fé, na fé do nada. A fé é ausência absoluta de paz. A paz do nada é plenitude. Suportar a plenitude na alegria de ser alguém.