Deus é a inconsciência da interrupção do silêncio interior. A inconsciência é consciência de vida. O corpo é um silêncio: sai de dentro da alma para a vida. Às vezes o corpo fala no sussurrar dos movimentos. Algo range, se destrói na alma. A dor da alma dói menos que a dor do ser. Minha vida é alma: embala o céu com lágrimas distantes, ausentes do céu. Meu corpo é o outro em mim. O silêncio interno do meu corpo, é meu mundo que se divide em minhas lágrimas. A interrupção do silêncio derruba minhas lágrimas, no abismo das minhas lágrimas. Apenas meu corpo chora por mim. Há amor nas minhas lágrimas. O tempo é feito de sofrer. O sofrer, se fosse o tempo veria a alma. Não há nada entre o céu e o mundo, que separe a alma de mim. O silêncio vagueia, fluindo no nada. O silêncio é a dor comum da compreensão. A dor incomum é o meu eu. Nada veria do nada, vejo apenas silêncio. Eu, a consciência do outro, vivemos a mesma solidão. O não ser é minha alma. O sonho são os olhos da alma.