Não há cura para solidão. A solidão é a alma, onde nascem coisas boas. Não consegui ser alma, ser só. Sou só no que escuto, vivo, amo: não em mim. Sou poeira varrida no tempo, sem o vento a me acalentar, me espalhando em um amor sem fim. Poeira é vida. A morte limpa a alma. O desassossego da alma não mexe em mim. A ventania é um sossego contra a solidão. Não sei pensar, sei ser só, como se a cada instante eu recuperasse a minha alma. O devaneio da alma não faz sombra na ausência. Falta de um adeus a estremecer a eternidade da alma. Tudo na alma não cansa o corpo que recolhe as cinzas da alma, como se fossem estrelas do céu. Nasci para ser alma, abandonando o absoluto de mim. Preciso me despedaçar para não morrer. O azul do céu escorre em alegrias desconhecidas.