Blog da Liz de Sá Cavalcante

Apatia

Passei perfume na alma, como esperança de escrever. Estou no interior da dor e fora de mim. Não sinto prazer em mim, para escrever. Mas esse torpor é a minha alma, não posso desprezar a alma. Não consigo olhar para a alma, para o amor que sinto. A imagem é a consciência do nada na imagem da morte. A morte me escuta me vendo. O tempo é a morte, que não tem fim. A imagem sem morte não é imagem, nem falta de um adeus: é o que preciso para sentir a falta sem adeus. Me vejo na imagem da morte: apenas para não sofrer. O perfume da alma fez eu me sentir viva, mesmo na imagem da morte.