Morrer é apenas a ausência dentro de mim, dançando para mim, no seu corpo transcendental: pela ausência, sinto meu corpo. A liberdade de ser é invisível na alma: por isso, esse adeus sem retorno. Para haver o adeus do retorno, preciso ser eterna: mesmo que seja para a morte. O adeus do retorno é viver no amor que sinto. Que eu seja uma morta que ama. Assim, não vou retornar no adeus. Mas vou fazer do adeus minha chance de amar, de ser feliz. Quem sabe assim meu corpo desaparece no infinito para ser um amor que sinto. Sem o infinito o amor não precisa ser infinito: sinto o amor do meu corpo no seu fim, onde não há retorno do adeus. Por isso, posso dizer adeus e transcender na morte: sem amor, sem adeus.