A morte é nada para mim, no negativo da vida. Viver é tortura: se ao menos sofrer fosse real, para eu confrontar o sofrer: Deixar de amar o sofrer. O não é essência sem dor, sem sofrer. O ser não precisa de mim: sofro por ele, não sofro por ele não me amar: valorizo sua ausência: ela é o seu depois: seu depois sem mim: restou apenas o ouvir sem ninguém na eternidade da fala, tão só, tão plena. Nenhum ser tem a plenitude da fala. A fala é plena sem o ser: o ser nada acrescenta a fala. O universo é uma fala desencontrada. A alma é mais pura dentro de mim. Alma é poesia, desalento. A alma nasce do nascer eterno. A falta da alma é onde nasce o ser na alma. Que alma renasce em ser? Como posso chamar a alma de alma? Tudo pode ter o nome que for, mas nome não é identidade quando me aproprio da alma, podem me chamar do que quiser: agora sei que eu sou eu na alma. Talvez eu seja realista demais no amor: isso me faz ser real no amor. Não é pessimismo necessitar da alma: é amor.